A leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave causada por parasitos do gênero Leishmania. O parasito é transmitido por insetos alados denominados flebotomíneos, do gênero Lutzomyia, nas Américas, e Phlebotomus, na Europa e Ásia. Nas Américas, os cães domésticos constituem o principal reservatório do parasito Leishmania infantum (sin. Leishmania chagasi), desempenhando o papel de amplificadores da infecção e contribuindo para a transmissão para os seres humanos (WHO, 2010).
O controle da leishmaniose visceral (LV) zoonótica tem sido um esforço desalentador para gestores da saúde pública e pesquisadores brasileiros. Em conjunto com a dengue, o controle da LV tem sido considerado um dos principais fracassos no controle de doenças transmissíveis no Brasil (Barreto et al., 2011).
Desde a implantação do programa brasileiro de vigilância e controle da leishmaniose visceral (PVCLV) no início da década de 1960, a doença passou por um notável processo de urbanização e disseminação geográfica, e a situação epidemiológica está longe de mostrar algum progresso substancial (Werneck, 2016).