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No Tocantins, calazar mata mais que a dengue

Embora a incidência de calazar seja menor que o da dengue, a doença tem letalidade superior. Em 11 anos foram registradas 216 mortes pela doença, ao passo que a dengue matou 25 pessoas no Estado.

Dados do Núcleo de Vigilância da Leishmaniose Visceral (calazar) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) obtidos pelo Portal T1 Notícias mostram que embora a incidência da doença seja menor que o da dengue, ela mata muito mais.

Nos últimos onze anos (2000 a 2011) foram registrados em todo o Estado, 3.511 casos de leishmaniose visceral e 216 óbitos no mesmo período. Já em relação à dengue, de 2000 a 2011 foram registrados 124.673 casos, dos quais 25 vieram a óbito.

A leishmaniose visceral é transmitida pelo mosquito palha, infecta principalmente o cães, mas que também pode infectar outros animais domésticos e silvestres, como a mucura e ratos. É transmitida aos seres humanos pela picada do mosquito.

As estatísticas mostram que em 2011 foram registrados 101 casos de calazar no Estado, com cinco mortes. No mesmo ano, foram constatados 2.981 casos de dengue e nenhuma morte.

Desde então a incidência de calazar vem aumentando, chegando em 493 casos em 2011, com 24 óbitos. Enquanto isso, a dengue teve 8.112 casos em 2002 com duas mortes. Já em 2011 foram notificados 22.456 casos e quatro mortes.

No Tocantins, as cidades com maior incidência da doença são Palmas e Araguaína. Na Capital, o Aureny II e o Taquari são apontados como os locais com maiores incidências. Nestes locais a Prefeitura, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), realizou trabalho de controle e eliminação dos vetores da doença, como mosquito palha e animais infectados.

Controle

O controle é feito através de aplicação química (borrifação) e eutanásia de animais infectados. O Centro de Controle de Zoonoses também iniciou um trabalho de prevenção através da utilização de coleira nos cães. Esta coleira tem produto repelente que afasta o mosquito dos animais.

O projeto piloto é desenvolvido também em Araguaína em parceria com o Ministério da Saúde e coordenador pelo doutor Guilherme Werneck, do Rio de Janeiro, com objetivo de avaliar o impacto da utilização de coleiras impregnadas com deltametrina no controle do mosquito.

De acordo com o coordenador do Centro de Controle Vetorial do Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Palmas, o mais importante é a população auxiliar no controle do vetor do calazar, que é o mosquito palha. “Para isso, é necessário que as pessoas não deixem matéria orgânica acumulada nos quintais e fiquem atentas para verificar a saúde dos animais”, argumentou.

De acordo com ele, depois que o animal fica doente ele tem de ser sacrificado. “Sacrificar o animal não vai acabar com a doença mais vai evitar que ele continue infectando mosquitos que vão continuar infectando as pessoas”, argumentou.

O diagnóstico e tratamento da leishmaniose visceral são feitos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

 Número de casos novos confirmados de LV no Tocantins (Fonte SINAN)

2000 = 101 casos
2001 = 157 casos
2002 = 196 casos
2003 = 249 casos
2004 = 160 casos
2005 = 181 casos
2006 = 255 casos
2007 = 435 casos
2008 = 492 casos
2009 = 439 casos
2010 = 353 casos
2011 = 493 casos 
Total no período = 3.511 casos.

Número de óbitos por LV no Tocantins (Fonte SINAN)

2000 = 5 óbitos
2001 = 8 óbitos
2002 = 13 óbitos
2003 = 16 óbitos
2004 = 14 óbitos
2005 = 10 óbitos
2006 =  9 óbitos
2007 = 28 óbitos
2008 = 36 óbitos
2009 = 24 óbitos
2010 = 29 óbitos
2011 = 24 óbitos
Total no período = 216 óbitos.

Frequência de casos por data de início de sintomas entre os anos de 2000-2011
ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Total de Casos 2.981 8.112 3.743 5.349 3.700 6.824 9.578 22.236 21.310 10.203 17.341 22.456
Casos Graves (FHD/SCD/DCC) 5 18 8 21 13 16 11 25 79 11 32 69
Óbitos 0 2 1 1 0 0 1 4 3 1 8 4
 

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